Sub-Intendentes do Capão do Leão | Partido | Período | Intendente de Pelotas | |
1889 a 1893 | Gervásio Alves Pereira | |||
1893 a 1900 | Antero Vitoriano Leivas | |||
1900 a 1903 | Francisco Moreira | |||
1903 a 1904 | José Barbosa Gonçalves | |||
Fernando Rohneldt | 1904 a 1908 | Cipriano Corrêa Barcellos | ||
1908 a 1912 | José Barbosa Gonçalves | |||
Serafim Cassio dos Anjos | 1912 a 1920 | Cipriano Corrêa Barcellos | ||
Republicano | 1920 a 1924 | Pedro Luis Osório | ||
José Maria Alves Pereira | Republicano | 1924 a 1928 | Augusto Simões Lopes | |
Heleodoro Bittencourt Medina | 1928 a 1932 | João Py Crespo | ||
Sub-Prefeitos do Capão do Leão | Partido | Período | Prefeito de Pelotas | |
Heleodoro Bittencourt Medina | Republicano | 1932 a 1934 | Augusto Simões Lopes / Joaquim Assunção Jr | |
José Soares Alves Pereira | 1934 a 1938 | Sílvio Barbedo | ||
Heleodoro Bittencourt Medina | 1938 a 1944 | José Júlio Barros | ||
Armando Brião | Republicano | 1944 a 1946 | Sílvio da Cunha Echenique / Sérgio Abreu da Silveira | |
Wilsonde Oliveira Castro | 1946 a 1948 | Procópio Duval de Freitas | ||
Poty Reis | 1948 a 1952 | Joaquim Duval | ||
João Lucas Leite Vasconcellos | 1952 a 1956 | Mário David Meneghetti | ||
Armando Brião | 1956 a 1960 | Adolfo Antônio Fetter | ||
José Jardim | MDB | 1960 a 1964 | João Carlos Gastal | |
Armando Brião | ARENA | 1964 a | Edmar Fetter | |
Osmar Alves Pereira | ARENA | 1967 | Edmar Fetter | |
João Soares Viégas | ARENA | a 1969 | Edmar Fetter | |
Sidnei Motta Brião | ARENA | 1969 a 1973 | Francisco Lousada Alves da Fonseca | |
Ruy Teixeira Victoria | ARENA | 1973 a 1977 | Ary Rodrigues Alcântara | |
Enedino Silva | MDB | 1977 a 1982 | Irajá Andara Rodrigues | |
Prefeitos do Capão do Leão | Partido | Período | Prefeito de Pelotas | |
Elberto Madruga | PMDB | 1983 a 1985 | Bernardo Olavo Gomes de Souza | PMDB |
Getúlio Teixeira Victoria | PMDB | 1985 a 1988 | Bernardo Olavo Gomes de Souza/ José Maria Carvalho da Silva | PMDB |
Manoel Nei da Costa Neves | PFL | 1989 a 1992 | José Anselmo Rodrigues | PDT |
Getúlio Teixeira Victoria | PMDB | 1993 a 1996 | Irajá Andara Rodrigues | PMDB |
Manoel Nei Da Costa Neves | PPB | 1997 a 2000 | José Anselmo Rodrigues / Otelmo Demari Alves | PDT |
Vilmar Motta Schmitt | PDT | 2001 a 2004 | Fernando Stephan Marroni | PT |
Vilmar Motta Schmitt | PDT | 2005 a 2008 | Bernardo Olavo Gomes de Souza / Adolfo Antônio Fetter Jr | PPS / PP |
João Serafim Quevedo | PDT | 2009 a 2012 | Adolfo Antônio Fetter Jr | PP |
Cláudio Luiz Schroeder Vitoria | PDT | 2013 a 2016 | Eduardo Leite | PSDB |
domingo, julho 10, 2016
448 - Adminsitradores de Capão do Leão
Estou procurando identificar os administradores que já passaram por Capão do Leão. Ainda faltam algumas lacunas. Abaixo, o que já descobri até o momento.
domingo, maio 29, 2016
447 - 10 Anos do Blog Capão do Leão História e Cultura
Em 31 de
maio de 2006 surgia o Blog “Capão do Leão História e Cultura” produzido pelo
Professor Historiador, Joaquim Lucas Dias dos Santos. Aquele espaço na internet
vem divulgando a história do Capão do Leão há 10 anos, com muita pesquisa, seriedade,
responsabilidade e textos com uma desenvoltura de quem tem o dom para escrever
e contar história.
Professor
Joaquim, ou Lucas, como a família o chama, é filho mais velho de Suzete
Cristina Dias dos Santos (30/091959-07/09/2014) e Arnaldo Ferraz dos Santos (-07/02/1989)
e tem mais quatro irmãos: Daniel Francisco (07/02/1982), Elias Gabriel (04/07/1984),
Karina Maria (junho de 1986), Bárbara
Cristina (setembro de 1988) e Christian (30/08/1992). É neto, por parte de pai,
de Arnaldo dos Santos e Leontina Ferraz dos Santos e, por parte de mãe, de
Orieny Francisco Dias e Romilda de Leon Dias. Nasceu em Pelotas, em 17 de
janeiro de 1980 e mudou-se ainda guri para o Capão do Leão. Apesar de não ser
leonense de nascimento, é leonense de coração e está sempre fazendo trabalhos que
envolvem a história e cultura do Capão do Leão, tanto que a Câmara de
Vereadores do município, através de sugestão do Vereador Valdecir Lima,
concedeu-lhe o Título de Cidadão Leonense, neste último dia 5 de maio.
Figura 1 - Prof. Joaquim discursando na Sessão que
recebeu o Título de Cidadão Leonense
Joaquim
Dias é professor de História, formado pela Universidade Federal de Pelotas,
onde tirou o 1º lugar no vestibular de 2002. E por Capão do Leão, olha o que
ele já fez:
- Nos
anos 90, presidiu e recuperou o Grêmio Estudantil da Escola Castelo Branco,
inclusive reestruturando a banda marcial Leões do Castelo.
- Em 2003
foi um dos fundadores e primeiro presidente do ILEDEC (Instituto Leonense para
o Desenvolvimento da Educação e Cultura).
- Em 2006
foi um dos fundadores e coordenadores do Projeto Cultural Conhecendo Capão do
Leão. Foi um dos fundadores da Cavalgada Cultural Conhecendo Capão do Leão.
- Em 31 maio
do mesmo ano, criou o Blog Capão do Leão História e Cultura.
- Possuia
uma espaço no Jornal Tradição onde contava a História do Capão do Leão.
- Pesquisou
e escreveu a história das pedreiras do Cerro do Estado e uma parte deste
trabalho foi publicada no livro Olhares Sobre o Capão do Leão, em 2014.
- Em 2012
foi um dos fundadores do Instituto Histórico e Geográfico de Capão do Leão e primeiro presidente.
-
Pesquisou profundamente a origem do nome do nosso Município, divulgando esta pesquisa no blog, em vídeo e
em um artigo publicado no livro Olhares sobre o Capão do Leão, em 2014.
Figura 2 - Prof. Joaquim, Jorn. Bruno Farias e Arthur na
Gruta do Miguel
Figura 3 - Prof Joaquim e Profa. Ana Maria Victoria Silva
representando o IHGCL no programa Razão e Fé, de Maria Elisabete Moura
... E, com certeza, devo ter esquecido mais algumas coisas.
Neste 31 de maio de 2016, a comemoração não é somente pelos 10 anos do Blog Capão do Leão História e Cultura mas também é pela comemoração de todo um trabalho realizado por uma pessoa que se dedica pela história e cultura do nosso pago. Parabéns e muito obrigado Prof. Joaquim.
Arthur
Victoria Silva (com ajuda de Luiz Teixeira e Glauco de Leon Dias)
quinta-feira, abril 14, 2016
446 - História do Capão do Leão por Magda Costa - Parte 3
Diário da Manhã, 21/08/1983
"É indispensável que se
revolva o passado, que a tradição desperte o ânimo coletivo, cultuando a
sucessão dos velhos acontecimentos e na interposição dos anos, trazer viva a
ação destemerosa dos que deixaram um legado imenso à posteridade ". - OLYNTHO
SANMARTlN
Em 19 de fevereiro de 1737, Silva
Paes comandando um contingente militar, desembarcava em Rio Grande,
instalava-se e passava a acolher os egressos da Colônia do Sacramento,
cumpria-se noutro termo os objetivos de Martin Affónso de Souza, quando por estas paragens andou. Martin
Affonso e a sua expedição com suas caravelas singravam o Atlântico em missão de
reconhecimento da costa sul até o estuário do Prata, observando e denominando
os acidentes que encontravam. O Brigadeiro José da Silva Paes-, ocupando a
margem do Canal de São Pedro do Rio Grande, propiciava ao cetro Lusitano a sua
projeção aqui na região sul, resguardando dessa maneira, para a Coroa, a
riqueza das terras do chamado "Continente de São Pedro", em 1808, com
o restabelecimento da sua condição de Vila, deixava de ser a Capital, entretanto
no desenvolver dessa gloriosa marcha, houvera surgido Pelotas. Em 1758, Gomes
Frei de Andrade, Conde de Bobadela, "Capitão-General das Capitanias do
Sul, tornava donatário do primeiro trato de terra, o Coronel Thomaz Luiz
Osório". Essas terras partindo do rincão originário do município de
Pelotas estendiam-se desde o Sangradouro Mirim (São Gonçalo) e arroio Pelotas,
contornando o Arroio Correntes e de este até a lagoa dos Patos, no lugar de Cangussú.
Com o andar do tempo o litoral ia sendo partilhado: Sete estâncias surgiram:
Feitoria, Pelotas, Monte Bonito, Santa Barbara, São Thomé, Pavão e Sant' Anna
(área do atual Capão do leão). Dentre
estas estâncias destacamos a de Raphael Pinto Bandeira, Thomaz Luiz Osório,
Felix da Costa Pereira Furtado de Mendonça, Pe. Doutor Pedro Pereira Fernandes
da Mesquita, respectivamente pai e tio do jornalista Hipólito da Costa Pereira
Furtado de Mendonça; Tenente Juvenal Manuel Marques de Souza, José da Rosa,
Fernandes Araujo e Braz da Silva.
Pelotas, desde o ano de 1830, quando foi desmembrado do
Rio Grande, não sofreu um processo de estagnação, prosseguiu a sua marcha
estruturando o seu progresso e junto dele o Capão do leão, o novel Município,
motivo deste labor histórico.
"A História é a alma de um
povo"! Alguém já disse e nós reforçamos, o conceito. Dos feitos realizados
pelos seus antepassados emanam a força e a dignidade de uma nacionalidade. .
Ante o cenário do Capão do Leão,
desfilavam as carretas rumando em direção ao Saco do laranjal, fazendo a
travessia no Passo do Santa Barbara tomavam o rumo das Três Vendas, para
atingirem o cotovelo do Pelotas, que uma vez transposto chegava à Foz do São
Gonçalo. Algumas dessas carretas conduzindo' em seu interior fartas colheitas
de trigo. Lá iam elas, por vezes atravessando as várzeas descampadas, onde aos
poucos se construíam os municípios de Jaguarão, Herval e Arroio Grande. Algumas
dessas carretas eram itinerantes desde as Pontes da Palma, a chamada Estrada do
Trigo, descendo rumo à Barra do Piratiní, com estágios na estância do Liscano,
onde situava-se o Porto de D. Antonia, para
nesse porto vasar a mercadoria dos seus surrões nos porões dos hiates que
desceriam o São Gonçalo, com destino aos mercados consumidores.
Faziam-se também ouvir pelas
caladas da noite ou pelo amadurecer das madrugadas, o mugir do gado e a voz
velada dos tropeiros que o impulsionava na carmnhada que se estendia desde as
estâncias até aos estabelecimentos saladeris. Outras vezes, pelas tardes
solarengas ou hiboernais, as tropas cruzavam-se com os mascates atravessando os
campos. Doutra feita, os tropeiros ao regressar para os ranchos, "pelas
maõazitas", à hora do "amargo", sob a sombra de uma árvore amiga
mateavam e charlavam com algum estancieiro acompanhado do Piá, rumando à vila,
para tratar de negócios. Nesses encontros,
quase sempre o assunto versava em torno do rendimento da safra dos cereaes ou
do consumo do Charque. Foi num desses encontros onde se saboreia o amargo,
adoçando a alma, que um estancieiro contou aos tropeiros que o filho do coronel
Thomaz Luiz Osório, que tinha o mesmo nome do pai, ajudando o Junior, fundará o
primeiro estabelecimento escolar no Rio Grande de São Pedro do Sul, em 21 de
abril de 1768.
Dessa fascinante faina
progressista participaram os primeiros moradores do Capão do Leão. Pioneiros de
uma evolução sócio-econômica.
Dessa apreciável evolução, os
leonenses, em unidade, são no presente, os legítimos legatários.
445 - História do Capão do Leão por Magda Costa - Parte 2
Diário da Manhã, 14/08/1983
Nessa época o Brasil "Gigante deitado"
sonhava com um futuro promissor. Atualmente o "Brasil" Gigante
Deitado" sofre incríveis pesadelos. Desprende-se durante o sono e vai ao
encontro do FMI.
"É o momento oportuno para
prestar a grande (e tardia) homenagem a seu habitante mais ilustre, dando seu
nome ao batismo da unidade geográfica. Pensamos que dando o nome de Hipólito da
Costa ao município emancipado seria a maior demonstração de maturidade
histórica - cultural, que se tenha noticia no municipalismo brasileiro.
Estar-se-à resgatando para o Altar da Pátria, um nome ate aqui não
suficientemente projetado em sua real grandeza.” - RAUL QUEVEDO
Em 20 de junho de 1807 ao
concluir-se a medição do lugar denominado: Pantâno da Estiva, chegavam ao
seguinte resultado:
350 braças pela margem do Rio do
Pavão;
500 braças até o Passo do Pavão;
450 braças até a Picada do Cordão
da Olaria;
250 braças até a Olaria;
300 braças em linha direta até as
casas da
Estância do Pavão e dali até a
margem do Arroio do Pavão; 1.100
braças à Oeste até o Capão do Contrabandista; 200 braças até ao final da divisa
do Arroio do Contrabandista a um banhado cheio de Sarandis, onde foi levantado
um Marco; 600 braças até o alto da Sombra, onde existem umas grandes pedras
junto a um Coqueiro, 1350 braças, costa do Arroio do Feijão; 1250 braças até
chegar ao fim do Arroio do Feijão, com umas casas de urna fazenda, então lá
existente, ainda anotando-se 900 braças até o Arroio do Potreiro da Cria. (dados
extraídos do acervo Histórico existente no Museu da Biblioteca Pública
Pelotense. Lá pelo ano de 1777, essas extensões de terras dividiam-se em
propriedades de Rafael Pinto Bandeira, Pe. Doutor (tio de Hipólito da Costa),
Tet. Juvenal Manoel Marques de Souza, Felix da Costa Pereira Furtado de
Mendonca, Fernando Araújo e José da Rosa. Em 20 de fevereiro de 1816 a Estância
do Pavão, propriedade do Brigadeiro Rafael Pinto Bandeira, era vendida por seus
legatários Comendador Domingos Monteiro Bandeira e sua mulher Josefa Pinto
Bandeira, (filha do Brigadeiro) a José Barbosa Menezes, seus irmãos e seus
parentes.
Em 7 de novembro de 1826, Antonio
Manuel Fernandez e sua mulher Umbelina Luiza Fernandez, vendiam a José Ignácio
da Cunha, um pedaço de terra denominado Capão do Leão e ainda um pequeno
potreiro, no mesmo campo, bens esses que o casal tinha havido por legítima de
sua sogra e mãe, D. Teresa da Silva Baldez. Fração de campo que em 1787 fora
transacionada por Mânuel Moreira de Carvalho e sua mulher Maria dos Anjos da
Encarnação à Alexandre da Silva Baldez. O referido campo, compreendia a metade
da estância que haviam comprado de Antonio dos Santos Saloio. A propriedade
confinava-se a leste com as terras de José da Silva, e o potreiro pertencente a
Felix da Costa Pereira Furtado de Mendonça, lindeiro com a propriedade do Pe.
Feliciano Antonio Almeida e a Oeste com Antonio Teixeira Corisco e ao Sul e
Sudeste, limitava-se com a estância de Rafael Pinto Bandeira, um dos bravos
estrategistas dos planos de combate contra as hostes guerreiras espanholas,
comandadas pelo General D. Pedro Ceballos, por ocasião da invasão das Ilhas de
Santa Catarina. Esse aguerrido combatente com a sua estratégia desarmava o
General Ceballos, dos seus propósitos de retomar o Rio Grande que desde 1777
temperara a sua interpidez, com o sanpue derramado e a dor provocados pela vigencia
do Tratado de Santo IIdefonso, por ocasião da retomada da Colônia do
Sacramento.
O desenvolvimento e o progresso
de São Pedro do Rio Grande eram muito maiores do Que a ambição da Coroa
Espanhola.
A dor só produz sofrimento naqueles
que não amoldam a sua resistência com a têmpera dos fortes, dos imbatíveis, ao
contrário, ela abre os caminhos para a aprimoração individual e o progresso
comunitário.
Os espanhóis compreendiam que
estava acontecendo um milagre na região do Rio Grande do Sul.
Rafael Pinto Bandeira reprisando
a bravura da legendária figura de Sepé Tiarajú, rechaçava as hostes espanholas, comandando
interpidos gaúchos desde as quebradas e coxilhas do Rio Grande, erguendo bem
alto o brasão do seu ideal irmandado aos anseios daqueles que impulsionados
pelo esforço e a tenacidade, plasmavam uma geração fecunda.
Certamente que esse brasão
estaria gravado no fundo azul do ceu pampeano e constituir-se-ia de uma chave
abrindo os portais do sol, para que ele derramasse os seus raios vivificantes
sobre o solo gaúcho.
Os embates afrontados nas lides
campesinas e nas fainas pelas charqueadas daqueles que povoavam e engrandeciam
pelo trabalho os "tratos" de terra cuja origem tinha as suas raizes
no Presidio de São Pedro do Rio Grande, refugiavam-se nas horas de lazeres no
conhecido Bosque Benjamin no Capão do Leão (lá pelo ano de 1885) . "Au
pitturesque Bosque" oferecia-Ihes excelente cardápio refeição aos ritmos
de uma orquestra composta de maestrinos
Eis o Cardápio.
Assado com
couro, almoço ou jantar 2&000
Cerveja
estrangeira . 1&000
Cerveja Lag
Bier 600
reis
Cerveja Dupla 500
reis
Cerveja
Simples 400
reis
Suculentos
manjares
Vinhos e
Licores".
444 - História do Capão do Leão por Magda Costa - Parte 1
Diário da Manhã, 07/08/1983
Para ilustrar o depoimento de hoje, vamos
relatar ao leitor um episódio interessante que ficou inserido nos Anais da
História do Caplo do Leão. O vereador Leonense, Enedino da Silva, quando por:
ocasião de nossa visita áquele Município nos contou: que em 1870, uma empresa
francesa, aprazou com a administração dos Cais do Rio Grande, as suas obras e a
construção dos Molhes. Alguns engenheiros franceses vieram para Capão do Leio, pois o material indispensável
às obras, ali era encontrado. Por ocasião da permanência dos engenheiros franceses
entre os antigos povoadores dessa comuna, desejando aqueles festejar a data de 14
de julho, que assinala a Queda da Bastilha hastearam na parte mais alta da
pedreira, e bem visível, a bandeira francesa. Os Leonenses porém, movidos. de
patriotismo, organizaram um protesto insolente, pondo campo a fora , os
franceses e em lugar da outra bandeira, hastearam o Pavilhão Nacional.
“Se a História é uma infinita
paisagem que se mede por planos - são os planos da História, como disse alguém:
as suas fases, os períodos as épocas; para serem devidamente apreciados os
esforços dos fundadores”. -FERNANDO LUIS OSÓRIO
Em 1737 Silva Paes organizou as
bases fundamentais do presidio do Rio Grande, que em 1747 transformava-se em
vila. Fernando Luis Osório, escrevendo a História da cidade de Pelotas, diz:
"Isto é, nunca o Rio Grande do
Sul, como pondera o sábio
Saint-Hilaire - deixou de ser um presídio um acampamento bélico: - foi um
simples fato nominal a categoria de Capitania que ele teve, depois de ser governo
militar, sustentando em 76 anos, 11 campanhas e vivendo em guarda nas
fronteiras:
1: O Rio Grande era denominado. O
Sertão do Río Grande do Sul, cuja extensão territorial atingia o' Serro de
Sant' Anna, parte integrante do atual Município do Capão do Leão.
Em 1774, existia em Pelotas, uma
Companhia de Ordenanças. Só poderiam ser formadas onde existissem sessenta ou
mais casais, de acordo com os termos da Carta Régia em 1747
Em 1774, o Alferes, Felix Pereira
da Costa Furtado de Mendonça era destacado para servir na guarnição militar,
sediada na Colônia do Sacramento, deixando as suas funções na Companhia de
Ordenanças.
A transferência do casal Felix e
Ana Pereira da Costa Furtado de Mendonça obstou que o precursor da Imprensa
Brasileira, Hipólito José da Costa Pereira Furtado de Mendonça, viesse ao mundo
sob o céu Rio-grandense.
Entretanto, essa glória cabe a
nós, pelo Tratado de Madrid, firmado em 1759; 15 anos antes do nascimento do
primeiro jornalista brasileiro, na Colônia do Sacramento, em 25 de março de
1774. Prossigamos com o nosso principal objetivo. Em 1807, por ocasião da
medição do Cordão da Olaria, o Capão do Contrabandista, o Banhado dos Sarandis,
onde fora levantado um Marco; a seguir surgia o Alto da Sombra terra recortada
pelo Arroio San Thomé; donde divisava-se a costa do Arroio do Feijão,
ostentando um coqueiro sobressaindo do centro de enormes pedras, que o tempo em
sua faina destruidora rernordera-Ihes as extremidades.
Acolá, situava-se o Arroio das
Pedras, completando o cenário do chamado Passo das Pedras de Cima, que dera
origem ao arroio do mesmo nome. Havia a presença de um Salso com muitos braços,
cercado de pedras, ele erguiase à flor da terra; Essas pedras marcavam a linha
divisória do Estreito do Bosque, onde o arroio atravessava a Estância das
Pedras. Um dos galhos do salso, alcançava um pequeno capão de mato, local onde
situava-se uma enorme pedra de serra, que sobressaia da terra, medindo em
perspectiva a altura de um homem e com as características de um ovo posto de
pé, e um tanto inclinado para o pântano. Cortando o lado Norte, no seguimento
do Arroio de San Thomé, proporcionando visibilidade até a estância que
pertencia ao Pe. Doutor"
lindeira com· a Estância do
Pavão, situada ao: Nordeste e pelo Sudeste, confrontando-se com o Boqueirão,
que dava passagem à estrada geral, utilizada pelas Estâncias do Pavão e das
Pedras, indo findar no local de origem do
Arroio do Feijão, até alcançar a
divisa das fazenda dos Araujos . Toda essa situação topográfica, emprestava ao
Capão do Leão, um cenário agreste e opulento. A fazenda dos Araujos
localizava-se na area atualmente ocupada
pela "COLATE".
Os Araujos. eram grandes
.charqueadores, e a charqueada lá existente, de propriedade deles, era um setor
específico, altamente qualificado na economia da florescente Pelotas.
Em 7 de Dezembro de 1812,
Pelotas, que desde o ano de 1749 deixara de pertencer a São Pedro do Rio
Grande, elevava-se a categoria de Freguesia. Em 27 de Agosto de 1893 o Capão do
Leão, tornava-se pelo Ato n° 12 4° Distrito de Pelotas e finalmente, pelo
Decreto n" 7.647 de 3 de Maio de 1982 passou a ser Município. '
A economia em potencial desse
Município é imensurável, levando-se em conta que a Pedreira do Capão do Leão,
está classificada em segundo lugar, no mundo; pois que, a detentora do primeiro
lugar, localiza-se na União Soviética. Não é novidade histórica, que, grande
parte das ruas de Buenos Aires, são calçadas com as pedras originárias da
pedreira em apreço.
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